O festival das flores, Hanamatsuri, é realizado desde 1966 no bairro da Liberdade. É uma promoção conjunta da Federação das Seitas Budistas no Brasil (entidade que congrega as seis tradicionais seitas budistas) com a ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade.
É realizada anualmente no mês de abril e celebra a data do nascimento do Buda Xaquiamuni. A imagem do pequeno Buda é exposto num altar decorado com flores, e as pessoas dão um banho nele com o chá doce.
No final do evento, um cortejo desfila pela rua Galvão Bueno, acompanhando um grande elefante branco sobre o qual está a imagem do pequeno Buda. O elefante branco teria aparecido num sonho da rainha, mãe de Xaquiamuni, anunciando o nascimento de Buda.
A curiosidade está no elefante branco. Ela foi confeccionada pelo escultor Olyntho Tahara, a pedido da Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações.
O texto abaixo foi escrito pelo monge Francisco Handa para a revista do 39º Hanamatsuri, que foi realizado de 4 a 9 de abril de 2005. Saiba mais sobre budismo em "religião".
Hanamatsuri
Segundo reza a tradição, o Buda Shakyamuni nasceu no quarto mês quando no céu surgia a lua cheia de primavera. Deslocando-se para o país de Koliya, sua terra natal, a rainha Mayadevi sentiu as pontadas do parto quando atravessava o Jardim Lumbini. Foi quando pediu para repousar, pois a viagem tinha sido árdua. Ao dobrar o corpo para deitar-se viu adiante uma flor que despontava num ramo. Foi neste instante que as contrações aumentaram e deu nascimento a um menino. Uma chuva de pétalas e néctar caiu naquele momento e dos cantos da terra se fez soar um brado anunàando a boa nova. Chamaram a criança de Sidharta.
Assim, repetindo o acontecimento os seguidores do budismo do mundo todo comemoram o Vesak, no Japão conhecido por Festa das Flores ou simplesmente Hanamatsuri. Ocasião de grande festividade, em que num altar decorado com tIores a imagem do Buda Menino é devidamente instalado. Aqueles que pretendem homenageá-lo, dirigem-se até o altar, e numa concha recolhem chá adocicado que é derramado sobre a cabeça do Buda. Repetem este movimento por três vezes, fazendo pedidos como a realização de sonhos; pedem saúde e proteção. Esta versão popular, muitas vezes é substituído por um motivo filosófico: ao se banhar o Buda, estamos banhando a nós próprios.
Assim, purificamos o nosso coração e podemos avaliar a nossa conduta perante a vida.
Uma cerimônia acontece em 8 de abril, dia do nascimento (ou data próxima), com os representantes de inúmeras tradições budistas, saindo em cortejo pelas ruas do Bairro da Liberdade - em se tratando do município de São Paulo.
Então, um andor com a imagem do Buda Menino é posto nas costas de um elefante branco. Crianças vestidas como os pequenos do Nepal, onde Buda nasceu, simulam puxar o carro em que vai o elefante. Atrás os monges de diversas tradições reúnem-se para acompanhar o cortejo.
Bem termina a cerimônia do nascimento de Buda, a população que veio prestigiar recebe de brinde ramalhetes.
Encerra-se com grande entusiasmo, principalmente com a oportunidade de comemorar o nascimento do Ser lluminado.
Não apenas daquele, mas de sua natureza em todos os seres vivos.
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