O festival de Dizô é pouco comum no Japão e inédito no Brasil. Só o Nippon Country Club realiza esse evento, apesar do Dizô ser uma das imagens mais populares do budismo. Esculturas representando Dizô, geralmente um monge sorridente de baixa estatura, são vistas por todo o território japonês, até em ruelas e vilas com pouquíssimo movimento. No passado, como a viagem era muito perigosa, pois incluía a travessia de matas e muitos se perdiam e morriam diante do clima |
severo, os moradores da região colocavam estátuas de Dizô pedindo proteção aos viajantes e também às crianças. As oferendas (geralmente o moti – bolinho de arroz), que os moradores até hoje colocam, serviam de alimento emergencial para os que passavam por lá.
Simbolizando essas oferendas que salvavam vidas, durante o Dizô-Matsuri é realizado o Moti-Maki, o ato da distribuição de bolinhos de arroz que foram abençoados pelo Dizô.
O Nippon realiza o Dizô-Matsuri desde 1968, mas a estátua de Dizô é mais antiga que o próprio Nippon. Ela foi confeccionada em 1948 pelo escultor Izukawa (de Pinheiros), a pedido de Tsunaichi Miyoshi, que iniciou o festival em homenagem a Dizô, em sua propriedade, no bairro de Utinga, em Santo André. Lá permaneceu até 1965, quando foi transferida para o Nippon. O Dizô Matsuri em Santo André teve grande importância para as famílias japonesas, pois na insegurança do pós-guerra, sem esperança de retornarem ao Japão, a participação naquele festival e a visita ao jardim japonês de Miyoshi tinha valor significativo. A transferência do Dizô para o Nippon se deu por causa da desapropriação do terreno para a passagem do oleoduto da Petrobras. O detalhe é que todas as pedras do jardim japonês de Miyoshi também acompanharam o Dizô. Em agosto de 2004 foi realizado o maior festival do Dizô, que ganhou muitas atrações e recebeu o nome de NipponFest. O evento bateu todos os recordes de público do Nippon Country Club, ao reunir, num único domingo, 11.024 pessoas.
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